Minha Única Exceção

É fácil dar conselhos depois de ter passado por meia dúzia de relacionamentos relativamente curtos, mas bem intensos e marcantes. Torna-se quase um manual de sobrevivência em namoros, uma predisposição de acontecimentos já esperados, os primeiros encontros, telefonemas, frases feitas e todos os blábláblá’s, tudo igual.

Com todos eles eu sabia como lidar, de alguma forma eu me sentia superior, talvez pelo fato do meu orgulho ter sido maior que o amor, eu era forte, firme, com todos eles... Menos contigo.

Eu sempre tive meus truques, os dobrava, os convencia de seus erros, mesmos estes sendo meus, os ludibriava, eu conseguia o que queria com eles... Menos contigo.

Eu fui feliz com todos eles, tivemos momentos inesquecíveis, rotineiros. Eu vivi, convivi com todos eles, praticamente um casamento, levando em consideração a freqüência dos encontros. Eles estiveram perto e sempre tive o tempo deles pra mim, eu vivi com todos eles... Menos contigo.

Também sempre precisei de um tempo só meu, me sentir livre, independente. Alguns deles me sufocavam, outros indagavam, a maioria desconfiava. Com eles, eu me sentia presa... Menos contigo.

Não é a primeira vez que me dou conta de que tu és o que existe de mais diferente e louco na minha vida. Não existem regras, nem manuais, tudo que eu pensei saber sobre relacionamentos e sobre mim, sucumbiram. Eu sinto uma necessidade incrível de ouvir tua voz, te ver, te tocar... E quando o tenho, nunca parece ser o bastante. Se me sinto presa de alguma forma, é à tua presença que me deixa sem saída.

Eu viverei anos, décadas, vidas inteiras... Mas jamais encontrarei alguém assim. Só por isso eu insisto em afirmar que tu é, e sempre será a minha única exceção. Me vi obrigada a entregar meu corpo e minha alma, baixar minha crista, me render. Pra ti, eu tive que tirar meu chapéu...