sexta-feira, 27 de maio de 2011

Meus Olhos e Meus Olhares


Meus olhos são o espelho da minha alma e neles refletem toda a tua beleza, teu desejo, eu vejo e sinto. Num misto de cores que transcendem tudo o que há de sensações dentro de mim, chegando em ti, te remexendo por dentro, ultrapassando tuas fronteiras, destruindo tuas fraquezas, te possuindo. E nesse momento as meninas dos meus olhos brincam em uma imensidão branca como se vissem em ti o real sentido da vida, por sentirem seu objeto de prazer mais precioso presente.
Aquilo me entrega por mais que eu queira evitar, me enganar, te esconder... Meu olhar me trai, ele te atrai... Esse olhar bobo, apaixonado, de um brilho descomunal, natural, sincero, lindo.
Olhares que passam pela inocência mais terna que amor pode ter, indo até o desejo mais ardente que na paixão reside, um verde que tende ao vermelho, que pega fogo, que queima, provoca, fascina...
Se esses olhos um dia tiraram a tua paz, prepara-te pra viver numa aflição eterna.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Solidão a Dois


Eu me sinto só, mesmo estando em meio a uma multidão, é uma solidão interna, só na vontade de ficar junto, não de alguém, mas de ti, não com todos, mas a sós. Um isolamento que desejo compartilhar, não pra não ser mais só, mas pra ser nós, só nós, sem mais... Nem menos.

Só meus olhos fitando tua boca que não estará tão só, me desafiando a respiração que não sabe se controlar te sentindo assim, tão perto. Minhas mãos que querem te possuir de tal maneira que a tua forma possa ser moldada novamente, ao meu jeito, que com o passar do tempo, dos momentos, será cada vez mais nosso, nossos gostos, nosso amor, nosso jeitinho, só nosso e só.

Meu tremor, tua respiração, nosso carinho no descanso... Coisas que só nós iremos entender. Meu olhar te vendo dormir, te olhar me vendo acordar, molhar meus olhos quando estiver partindo, almejando ver de volta o teu molhar.

Duas almas, que até então andavam sós, agora caminham de encontro a um só desejo, um só sentimento, uma só intenção...

Nós... Sós... E só.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Not Far


Quase 900kms não são nada pra ver o teu sorriso


Hora de avião vira segundo pra sentir teu cheiro


Se na imaginação o futuro era algo indeciso


Hoje cada palavra se torna ato verdadeiro.

Do Ato de Demonstrar


Uma questão de sobrevivência, de instinto, desde sempre procuramos demonstrar o que sentimos, uma criança chora quando sente dor ou fome, depois que cresce faz cara feia se algo não lhe agrada ou bico quando quer alguma coisa, cada um tem sua maneira de deixar claro o que passa dentro de si.
Isso é uma necessidade, sim. Menos visível em uns, mais em outros, como eu que insisto em me abrir, ou melhor, me escancarar (talvez esse seja o termo certo), sem medir a que consequências as minhas sinceridades mais pesadas e duras podem chegar, que proporções podem tomar.
Certa vez ouvi falar que "quem fala demais tende ao erro". Não sei ao certo se é um engano falar o que se sente pro único ser interessado, talvez meu pecado se situe na maneira que eu falo? No jeito que eu me comporto? Nas minhas dúvidas e medos naturais? A falha seria me expor demais?
Daí uma frase nasce: quem se expõe demais tende a má interpretação. Eu fui ouvida e muito, interpretada, com certeza, de maneira certa ou errada não cabe a mim dizer.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Amor, Entenda...


Nunca fui do tipo de explicar, mas amor, por favor, me entenda...
Quando eu pareço sentida, sofrida, frágil, não é que eu seja pequena e não saiba me cuidar, eu até já sou grandinha, pago minhas contas e cumpro meus deveres, mas entenda que eu necessito do teu cuidado, do teu carinho, quero me sentir nas tuas mãos, não só nas mãos, mas nos teus braços, no teu colo, de preferência no corpo inteiro, pois nesses raros momentos que passei ao teu lado me senti a pessoa mais feliz deste mundo.
Entenda que quando eu digo que sinto tua falta, que pareço insegura, não é que eu tenha medo de te perder ou que o nosso amor tão bonito e novo suma, desapareça, mas eu não quero que nada te falte, nem te sobre, preciso aprender a te amar e a te ter na medida certa e poder me doar na mesma proporção, respeitando o tempo e o espaço que já tínhamos, que temos, que nos junta e (infelizmente) que nos separa.
Por fim, mas não menos importante... Amor, perdoe minhas palavras drasticamente sinceras, talvez em momentos e modos inoportunos, mas pelo menos tente entender que quando eu digo que eu te amo não é simplesmente o que eu sinto ou uma ruma de palavras soltas que espontaneamente solto para poucas pessoas, mas é uma das maneiras que encontrei de tentar te deixar o mais ciente possível do que me passa pela cabeça desde o dia em que cravei meus olhos em ti pela primeira vez, ou do frio na espinha que sinto toda vez que ouso pensar em ti e imaginar, lembrar, desejar, talvez não traduza toda a intensidade do meu corpo inteiro pulsando quando te sinto, mas ele mostra por si só e isso eu sei, tu entendes perfeitamente.
Bom, eu não sou de explicar, sou de sentir, demonstrar... Mas amor, entenda... Eu te amo.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Feito e Efeito


Quando passei por ti, não te vi
Quando passou por mim, reparei
Quando me fitou, eu sorri
Quando falou comigo, eu calei

Quando me afastei, percebi
Quando deu vontade, liguei
Quando me provocou, acendi
Quando fez que sim, indaguei

Quando larguei tudo, parti
Quando te revi, balancei
Quando eu amei, escrevi
Quando me amou, me entreguei

terça-feira, 3 de maio de 2011

Devaneio Solto II


Eu não tinha muita coisa, na verdade tinha muito, mas não via, não tocava, não sentia...

Eu pensava, imaginava, sonhava, mas isso é de praxe e ultimamente o meu normal não tem me acompanhado...

Meus defeitos tem se qualificado, meus conceitos recriados e minha loucura, bom, esse parece ser o único defeito que ainda me persegue.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

303

Imaginar faz bem, sonhar é ótimo, mas viver somente nisso é maléfico e aquilo me sufocava, eu precisava de uma dose de realidade naquele mar de devaneios. Umas duas mudas de roupa, uns pares de cenas idealizadas, escova de dente e passagens, tudo na mochila, mas alguma coisa pesava naquela pequena bagagem de fim de semana, não cabia minha razão, que acabou ficando em algum lugar em meio à bagunça do meu quarto.

Parti ao encontro da minha suposta felicidade, tinha medo e excitação, receio e vontade, tudo misturado naquele primeiro rosto que vi assim que cruzei o portão de desembarque. Um abraço tímido como esperado, um cheiro que, de certa forma não-sei-como, me parecia bastante familiar, olhares cruzados repentinos, mãos que insistiam em se encontrar, poucas palavras, estas não eram mais tão necessárias assim, enfim... Depois de algumas horas eu sabia (sentia) que tinha a faca e o queijo, mas eu queria outra coisa, eu queria mais, eu queria tudo, foi quando me deparei com a porta que me levaria a tudo aquilo que um dia eu ousei desejar, e eu tinha uma chave nas mãos, bom, elas se encaixavam, tinham muito em comum, mas a gente tinha mais.

Algo me dizia que naqueles poucos metros quadrados eu viveria um mundo inteiro de emoções, acontecimentos para ser lembrado, comentado, compartilhado, um sentimento que devia ser devidamente plantado, cultivado e mais uma vez minha intuição não foi falha, poucos segundos foram muito e enfim nossos lábios, que eram separados pelo tempo e distância, se encontraram, um ideal realizado, bem mais do que o estimado, um beijo único, singular, foi o primeiro beijo, mas com a sensação de que já tivéssemos nos beijado a vida inteira, não sabia se era bom ou ruim sentir isso, afinal aquilo me causava medo, ainda era um desconhecido, um novo, mas aquela sensação, aquele beijo disse muito, eu me sentia plena, completa, era maior do que eu esperava. Eu tinha tanto para dar e bem mais a receber.


[...]



Foram tantas palavras, sorrisos, risadas, carinhos, beijos... Muitos olhares, sabores, cheiros, toques, estalidos... Pouca luz, roupa, vergonha, celular, computador... Um quarto pequeno, uma cama enorme, duas almas gigantes, dois dias que aparentaram horas, horas que insistiam em passar de forma rápida e constante, sem pena daquele amor que a cada ato ganhava mais vida, como um gato, mas o nosso tinha mais, tinha nove vidas, quase dez só pra garantir que não irá morrer tão cedo.

E de tudo que aconteceu, das coisas que a gente viveu, dos dias escuros daquele quarto e das noites mal dormidas, porém bem aproveitadas, daquele ‘eu te amo’ inconsciente, do medo de um súbito desaparecimento, da imagem no espelho para recordar, da despedida, enfim... de tudo isso, ficam minhas lembranças mais felizes, meus sentimentos mais puros e meu desejo mais íntimo de ter tudo aquilo pra sempre e mais um dia.

Nós construímos um mundo e ainda temos o universo inteiro pela frente.