domingo, 24 de outubro de 2010

Vício

Tem muita gente viciada por aí. Há quem se vicie em bebidas, cigarros, drogas... Há quem não viva sem chocolate, ou outros tipos de comida excêntrica, existem aquelas que são dependentes de jogos, cassinos, apostas... Mas o pior de todas essas dependências são as pessoas que se viciam em outras.
Segundo o Aurélio 'vício' significa conduta ou costume nocivo ou condenável. Agora imaginem uma pessoa viciada em outra... Isso pode ser bom, ou não.
Se viciar nos olhos negros mais expressivos que já puderam existir até hoje é bom, mas sentir que esses mesmos olhos não brilham mais quando encontram os olhos verdes lacrimejantes mais apaixonados deste mundo, não é.
Se extasiar ao ouvir certas palavras doces de promessas e juras de amor eterno é bom, mas saber que outras pessoas escutam essas mesmas palavras que idealizavam um futuro que seria seu dói, e isso não é bom.
Se inebriar em um sorriso fazendo com que qualquer tipo de problema seja esquecido em um simples abrir de lábios e covinhas nas bochechas, é muito bom, mas ter que viver com esse sorriso só na memória, como em um passado bom, mas distante, e consciente de que esse mesmo sorriso jamais se abrirá novamente pelos motivos mais simples e inocentes que com frequencia surgiam, isso causa enjôo.
Se embebedar com uma noite inteira de amor e carinho, conversas e carícias, como se o mundo todo parasse e o universo conspirasse para aquele momento se concretizar, é gostoso demais, mas ter que acordar no dia seguinte com o sol na cara, mostrando a realidade nua e crua como ela é e sempre foi, percebendo que foi tudo um sonho, isso trás ressaca.
Se embriagar de tanto prazer que uma pessoa pode te proporcionar é bom, e quando essa pessoa consegue fazer teu coração bater zilhões de vezes por minuto só com um simples suspiro perto do ouvido, melhor ainda, mas só de imaginar que esse prazer pode fazer outro coração bater mais rápido e mais forte, causa dor de cabeça...
Quando uma pessoa fica viciada, extasiada, inebriada, bêbada, embriagada por outra pessoa, isso é bom, traz alegria, prazer, felicidade, mesmo que instantânea, alivia a dor e faz esquecer da solidão, alucina tanto que quem fica possuído por essa toxina que se chama amor, chega até a acreditar que essa sensação boa de segurança e estabilidade com o 'vício' seja para todo o sempre até que a morte os separe, falando em morte a junção de tudo isso, infelizmente, pode causar overdose de um sentimento chamado esperança.
No entanto a dor, o enjôo, a ressaca, a dor de cabeça são inevitáveis, mesmo assim é difícil de desfazer do vício, há quem diga que não compensa, mas só quem vive um verdadeiro amor é capaz de atingir o nirvana da vida.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Prepotência Às Avessas









Eu não vou tentar te esquecer, o tempo se encarrega disso. Eu não quero um caminho de volta, quero ir para frente, ir além, nem quero a mesma vida, quero uma melhor.
Beijar outra boca sempre é diferente e cada beijo me arranca um suspiro ímpar, sendo errado ou certo, pecado ou sincero.
Outros amores me trarão prazer de coisas que faremos e viveremos, é uma questão biológica, química e temporal. Meus ouvidos se deliciarão com outros sussurros que irão me fazer delirar de paixão, meus olhos e olhares serão testemunhas de tantas surpresas de amor e afeto.
Talvez quando eu ouvir uma canção de amor possa até surgir uma imagem familiar para perturbar meus pensamentos, mas não, meu bem, não será o seu sorriso cínico, tampouco seu olhar de falsas promessas que refletirão em minha mente.
E se algum dia eu me trancar no silêncio, pensando no que é tudo para mim e no que é o meu nada, bom... teu nome provavelmente surgirá na minha mente, mas não seja tão prepotente, eu sou a prova viva de que, iguais a ti, existem milhares.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Pôr-do-sol


Outro dia, eu na praia
Com os pés na areia
A brisa no rosto
Deparei-me com o sol
Já se pondo
E me veio uma lembrança
Na verdade, várias
Daqueles momentos
Daquelas conversas
Da gente
De ti
E deu-me um aperto
Não no coração,
Mas na alma
Por sentir falta
De um pedaço de mim
Que vive em ti.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Meu Pequeno Talismã


Eu jamais imaginei, não desta forma, não nestas circunstâncias, não contigo. Não me via com mais ninguém, não apaixonada, não querendo cruzar um certo olhar, não desejando um só corpo. Até tentei algumas vezes, mas não conseguia, não acontecia, nunca com ninguém.
Mas de agora em diante, chega de negatividade, chega de não's e nunca's, de amores antigos e mal resolvidos. Vou me jogar, me arriscar, me redimir... Cometer novos erros, outros crimes, me redimir novamente. Arrumar as malas e partir, partir as correntes que insistiam em me prender, prender-te em mim com tal liberdade para que possas voltar sem ter que pedir licença... Conquistar-te-ei a cada discussão literária, a cada jantar japonês, a cada acorde de violão tocados única e exclusivamente para ter o prazer de te ouvir cantando, poder ouvir tua voz rouca de manhã e me dar conta que não foi um sonho e te ver entre os lençóis que foram os únicos cúmplices da noite que virou dia em questão de minutos não têm preço, eu quero te ter sem medo de errar. Tu que surgiu como um furacão em minha vida, trazendo contigo inúmeras declarações, infinitas surpresas a cada pedaço teu que eu descobria, uma ligação que não é, nem pode ser deste mundo, nem desta vida... Eu te quero desde antes, desde sempre, e a partir de hoje até à eternidade.