terça-feira, 27 de setembro de 2011

Águas de Setembro

Em plena tarde de sol e eu sentia frio, um abraço sem forma não ía conseguir me aquecer, mas eu já esperava aquele encontro distante, amargo, seco... Mas isso não faz parte de mim, não cabe na gente, e eu precisava de uma dose dupla daquele que um dia chamei de 'nosso amor'... Me bastou um um beijo, um toque, um gole e como uma alcoólotra não soube me contêr, o cheiro invadiu minhas memórias de todos os momentos que vivi te esperando, o gosto da tua boca imediatamente substituiu o sabor das bebidas que ousei ingerir, teu carinho se fez presente, mas como momento mágico se dissipou.
A realidade veio a tona, o sofrimento invadiu cada pedaço meu, outro gosto familiar pousou sobre meus lábios, as lágrimas agora serviam como nosso elo, como ponte, como fluído, entre o sim e o nunca mais. Senti naquele momento, no vão do silêncio e daquele abraço que consolova, todo o amor, a renúncia, aquilo que as palavras diziam o contrário, palavras alheias de vidas passadas... E aquilo devia ter fim, toda aquela sujeira devia ser retirada, lavamo-nos os corpos e as almas, eu te abençoei, tu te purificaste naquela água, naquele ato nós tivemos a remissão.
Mas as palavras tem poder, as atitudes mais ainda, por isso e por tantos motivos foi diante do mar e somente dele e suas ondas, nos fizemos novamente, e nossas promessas foram refeitas, olhares de uma paixão resurgida, novos planos, próximas conquistas.Dessa vez não te senti indo embora, talvez o tivesse sentido quando chegaste, dessa vez me vi indo ao teu lado, ou dentro de ti, como um rio corrente que deságua no mar para fazer parte dele.
E que essas águas que te trouxeram não mais te tragam pelos mesmos motivos, que seja em nome do amor que nasceu de um beijo e que renasceu de uma lágrima.

Um comentário:

  1. Hummm... Chegando a hora de outro banho, outras águas, outros desejos e aspirações.
    Quero banhar-me de ti o resto da minha vida.
    Amo-te.

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