segunda-feira, 31 de outubro de 2011

La Petit Mort

Eu não me reconheço mais, não sei o que se passa dentro de mim, não consigo me controlar, não sei como me conter, foge totalmente do meu alcance, da minha racionalidade, dos meus momentos de sanidade que cada dia se tornam mais raros, mais ausentes...
Já não tenho mais escolha, o livre arbítrio me escorre entre os dedos, algo tão forte que doma minha mente tornando meu corpo um pobre refém dos meus pensamentos, lembranças e imaginações, fazendo-o sofrer, chorar, arder sentindo um toque inexistente, ouvindo sons inaudíveis, morrendo rapidamente, incontrolavelmente, inevitavelmente...


Mas quando volto à vida, me deparo com a realidade, com a solidão que sempre esteve ao meu lado como fiel companheira dos momentos mais íntimos, mais meus, mais nossos... E ao olhar para dentro de mim, só vejo a ti, morrendo junto a mim, suplicando aquela pequena morte que tem nos dado tanta vida.

3 comentários:

  1. É te lendo que eu vou matando aos poucos minha saudade de você. Melhor impossível! Cada linha, cada palavra, cada ponto ou vírgula exalam todo esse sentimento lindo. Beijo grande, prima. Te amo. Bia.

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  2. A ausência de controle, de rédeas sobre nossos atos e desejos, pode assustar, mas nesse instante, a liberdade vivenciada é a sensação mais gostosa que podemos sentir.
    Se às vezes, após essa liberdade, uma outra sensação acompanha, a culpa, é porque então alguma coisa errada existe.
    Ou não.
    Às vezes, pode ser apenas tabu... Enfim.
    O descontrole já nasceu com o nosso amor, o sentimento no lugar da razão, o desejo no lugar da abnegação...
    Inúmeras vontades, que só foram realizadas, e bem realizadas, por esse tal de descontrole que nos acompanha.
    Mas eu acho, apenas acho, na verdade quero achar errado... Que estamos colocamos rédeas no que não pode sequer existir indecisão.
    Meu amor entenda, que são nossas loucuras que mantém esse amor cada vez mais vivo e crescente.
    Pois, quando voltamos a vida, nos deparamos com uma realidade maravilhosa... As lembranças de nossas doces loucuras.

    Eu te amo... Loucamente.

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  3. Tanta coisa nessa expressão francesa...
    Nela, imensos espirais e móbiles de lembranças boas de um amor passado. Gostei..

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