Eu não me reconheço mais, não sei o que se passa dentro de mim, não consigo me controlar, não sei como me conter, foge totalmente do meu alcance, da minha racionalidade, dos meus momentos de sanidade que cada dia se tornam mais raros, mais ausentes...
Já não tenho mais escolha, o livre arbítrio me escorre entre os dedos, algo tão forte que doma minha mente tornando meu corpo um pobre refém dos meus pensamentos, lembranças e imaginações, fazendo-o sofrer, chorar, arder sentindo um toque inexistente, ouvindo sons inaudíveis, morrendo rapidamente, incontrolavelmente, inevitavelmente...
Mas quando volto à vida, me deparo com a realidade, com a solidão que sempre esteve ao meu lado como fiel companheira dos momentos mais íntimos, mais meus, mais nossos... E ao olhar para dentro de mim, só vejo a ti, morrendo junto a mim, suplicando aquela pequena morte que tem nos dado tanta vida.