terça-feira, 16 de novembro de 2010

Insônia Casual

Por mais escura que a madrugada se mostre, ela me parece clara, nítida, talvez pela sua frieza ou quem sabe a sua calmaria me traga algum tipo de remédio para certos pensamentos que insistem em me atormentar, mas é tudo ilusão, por me sentir tão só e mais perto de mim, meus pensamentos criam dimensões monstruosas...
Já chega, chegou a hora de dormir, repousar a cabeça sob o travesseiro, fechar os olhos, focar num ponto de luz procurando um sonho, a luz no fim do túnel que leva ao amanhecer, onde a realidade recomeça impiedosamente repetitiva, tudo de novo.
O sono que faltou na madrugada me consome e me controla durante a aula, mas não posso dormir, as expectativas de um futuro melhor e o os assuntos administrativos tomam o meu cérebro e aquilo me mantém clarividente, a manhã é longa, mas sempre passa.
Já as tardes se tornam curtas... Dormir? Não, não mesmo. É chegada a hora de mais excitação do meu dia, de mais vida, mais amor, paixão, sexo, conversas e lanches ao anoitecer. A melhor parte do meu dia passa ligeira, momentos em que o sono passa bem longe de mim, de mim mesma e da minha (nossa) cama, mas minha tarde vai embora e com ela a minha alegria.
Tudo fica lento, quase parado, os minutos parecem horas, mas me alivia saber que mesmo à frente de uma máquina ou num aparelho celular nos encontraremos, uma maneira um tanto quanto fria de matar a saudade, mas é o que temos (por enquanto), momentos estes que também acabam.
Quando chega a noite as pessoas normais vão para suas respectivas camas dormir, as pessoas 'normais', eu não... Eu continuo aqui, eu e meus pensamentos monstruosos, quase companheiros nestas noites de insônia, a procura do foco luminoso, aquela luz no fim do túnel, aquele sonho de que um dia eu possa repousar tranquilamente minha cabeça (sem os monstros) e dormir em paz... Ou talvez não, porque assim meus momentos de paz seriam resumidos às minhas tardes ao teu lado.

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