quinta-feira, 16 de junho de 2011

Da Dor Compartilhada

Já dizia Drummond, 'a dor é inevitável, o sofrimento é opcional', eu optei por não sofrer, não dessa vez, foi tudo tão (mais) perfeito, tão (mais) bonito, tão (mais) apaixonante... Eu queria aproveitar cada detalhe, cada sentido, cada sorriso, que se torna bem mais feliz contigo, guardado na memória, nos lugares... Tudo que nos foi roubado pelo tempo longe, em segundos recuperado naquele (re)encontro tão prometido, naquele beijo humildemente doado, naquele cheiro relembrado.
Eu não queria sentir aquele aperto no peito, o nó na garganta tentando reter o choro, mas senti tuas mãos largarem as minhas que hoje são prova nítida das minhas melhores intenções, te olhei cada vez mais distante, cada vez mais e mais, eu não queria, mas aquilo me cortou o coração.
'Te ver' depois disso foi complicado, a tua real imagem ainda se formava nítida na minha mente, teu cheiro ainda no meu corpo, eu ainda podia sentir teu gosto, não optei pelo sofrimento, ele simplesmente me foi imposto... Eu lia nas tuas palavras tudo que eu sempre quis de ti, eu via no teu rosto o amor que via no reflexo de mim, aquilo me matou, mas morrer de amor não faz mal, ruim é viver sem amar, sem sentir a reciprocidade disso.
As lágrimas corriam no meu rosto devagar, eu já esperava por isso, mas a cada palavra-lembrança-sentimento me vinha uma pontada, uma facada, lágrimas, soluços, na tua frente, pra ti e por ti... Meu sofrimento era nítido, mas te ver chorando por mim, pela minha (nossa) angústia, me fez pensar que a prova mais sincera de amor, é compartilhar a dor... E hoje não me restam dúvidas.
Eu te amo. Sinta a real intensidade dessa pequena frase.

Um comentário:

  1. Felizes reencontros e sofridas partidas... Vivemos muito disso, sentimos muito isso.
    A ansiedade de nos vermos o quanto antes, a vontade de não pegar o voo de volta... E entre a ansiedade e a sofrida volta construímos lindos dias e noites. Muito especiais para mim e sei que pra ti também.
    E por mais que seja rápido e sofrido são os momentos em que posso ser simplesmente eu.

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