quarta-feira, 30 de junho de 2010

Meu Velho Eu


De repente me vi desamparada, pensamentos turvos, sem foco, sem vida, sem destino, meu corpo pedia: uma bebida misturada com uma dose de mim mesma, por favor.
De repente, me contive, me abstive da companhia diária, dos beijos suplicados, revelei meus segredos, rompi nosso elo. Ganhei novos medos e novas esperanças, reavi meus sonhos, refiz conceitos, voltei a minha antiga história. Matei um sentimento e pari vários.
De repente me vi livre como queria, (queria?) livre do teu olhar acusador, do teu rosto indiferente, do teu sorriso sínico de fotografia na estante, livre do teu abraço rejeitado, do teu 'amor'. Livre das cobranças cotidianas e das lágrimas fictícias.
De repente me reencontrei em várias metades, redescobri um eu que nem eu lembrava que um dia existiu.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Fascinação


Sempre fui presa às tuas palavras, me rendia aos teus encantos, me entregava aos teus olhos negros e expressivos, principalmente quando eles cruzavam o meu olhar penetrante e totalmente fixado na tua boca que sempre foi o meu fascínio... E hoje, nada mudou, porque te amar sempre
foi o meu vício.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Sobre o Sentido de Amar


Não amar para quê?
Para de histórias de amor ser um reles ouvinte?
Para poder ser vítima de seu próprio pesar?
Para ser preso à consciência e da razão um eterno condenado?
Para evitar a dor da perda do ser amado?
E mesmo assim sofrer por nunca permite-se amar?

Não querer para quê?
Para se entregar ao triste e frio abandono?
Para de seu coração ser o único e exclusivo dono,
E no seu interior não ter mais nada?
Para diante do medo ficar sem saber
Saber se ama, se nega, aflige ou ampara
E no fim de tudo, nem saber o que é, de fato, o querer?

Questionar-se para quê?
Se é do brilho nos olhos que nasce a magia,
Se é da entrega dos corpos que nasce o encanto,
Que do sentido de amar é que te questiono
O porquê que ainda não me ama (tanto).

terça-feira, 8 de junho de 2010

Saudade


Oi, tudo bem? Prazer, meu nome é saudade. Um dia fui alguém com muitos outros sentimentos, mas hoje a falta de muitos alguéns tomou conta de mim, tornando-me assim nada mais que um só sentimento.
Saudade de quem foi para o Rio tomar banho de mar em Ipanema, saudade de quem foi para São Paulo, não para pedir um milagre ao santo, mas para correr atrás de um sonho, saudade de um sotaque carregado da Paraíba que me faz chorar toda vez que se ausenta por muito tempo de meus ouvidos, saudade de quem atravessou o atlântico para beber vinho mais barato, ops... Para estudar, mas prometeu que volta antes de casar...
Saudade de quem não me ligou só para saber onde eu estava, saudade de quem me ligou só para saber como eu me sentia, saudade do 'eu te amo' antes de dormir, saudade de quem hoje me faz sofrer.
Agora não sou mais nada além de saudade, não tenho mãos, nem olhos, tenho saudade transbordando por todo o meu corpo... Não como, não bebo, vivo só da saudade que não alimento, mas que me consome.
Alguns dias fui Ana, outros Lorena, mas hoje (mais especificamente) respondo por saudade, já que nada sou além dela, dona do meu corpo, alma e identidade.
E que minha insanidade seja perdoada, pois se antes metade de mim era saudade, a outra metade que não era, hoje é também.



~ Das saudades, a que mais me dói.
Felicidades Beatriz Marques, hoje e sempre.